Saltar os Menus

Notícias

28 de Setembro de 2022

Agustina Bessa-Luis 100 anos

A partir de 15 de outubro e ao longo de um ano, o programa das comemorações do Centenário vai ter exposições, colóquios, etc.

Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa-Luís nasceu em 15 de outubro 1922, em Vila Meã, Amarante. Talvez esta aproximação ao Douro da sua infância, que levou consigo quando mais tarde se instalou no Porto, tenha sido determinante como pano de fundo para a maior parte dos seus romances.

Agustina, que cedo demonstrou interesse pela literatura portuguesa e inglesa em particular, obteve um lugar de destaque logo que publicou A Sibila, em 1954. Esta obra, estudada durante décadas em escolas e universidades, constituiu um enorme sucesso e abriu-lhe portas para o reconhecimento público da sua grandiosa carreira literária.

Se muitos foram os romances que escreveu, não podem ser esquecidas as suas peças de teatro, as biografias, as crónicas, os ensaios, testemunhos de um corpus literário diversificado. A ligação ao cinema e ao teatro associam-na a nomes como Manoel de Oliveira, que adaptou para o cinema muitas das suas obras, e Filipe La Féria, que adaptou e encenou As Fúrias para o Teatro Nacional D. Maria II. Foi deste mesmo teatro que Agustina Bessa-Luís se tornou Diretora entre 1990 e 1993.

A obra da escritora tem uma projeção internacional de relevo, estando traduzida em várias línguas. A acompanhar esta projeção internacional da sua escrita, Agustina foi membro do conselho diretivo da Comunitá Europea degli Scrittori (Roma, 1961-1962), e é membro da Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres (Paris) e da Academia Brasileira de Letras. Foi distinguida com o grau de «Officier de l’Ordre des Arts et des Lettres», atribuído pelo governo francês em 1989, e com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, a 9 de Abril de 1981, tendo recebido ainda a Grã-Cruz da mesma Ordem a 26 de Janeiro de 2006.

Para além destas distinções, a obra de Agustina obteve importantes prémios literários: o Prémio Delfim Guimarães (1953), o Prémio Ricardo Malheiros (Academia das Ciências de Lisboa, 1966 e 1977), o Prémio «Adelaide Ristori» (Centro Cultural Italiano de Roma,1975), o Prémio PEN Clube Português de Ficção (1980), o Prémio D. Dinis (Casa de Mateus, 1980), o Grande Prémio do Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (1983 e 2001), o Prémio da Crítica (Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários, 1993), o Prémio União Latina (Itália, 1997) e o Prémio Camões (2004), o mais importante galardão literário da língua portuguesa. Em 2005, pouco antes de se retirar da vida literária por motivos de saúde, Agustina recebeu ainda o Prémio de Literatura do Festival Grinzane de Cinema de Turim. Em Itália, a cátedra Agustina Bessa-Luís, na Universidade Tor Vergata de Roma, é um dos exemplos que demonstram o lugar que a escritora tem tido no ensino da literatura portuguesa no estrangeiro. Diversas teses de doutoramento realizadas ao longo dos anos, em universidades um pouco por todo o mundo, têm refletido a importância indiscutível da sua obra no panorama literário universal.

Esta notícia foi publicada em 28 de Setembro de 2022 e foi arquivada em: Notícias.